segunda-feira, 14 de abril de 2014

Às três da manhã


Hoje a ideia é vaga e nada sã.
É um esboço da minha realidade, não mais que um rabisco mal feito, sem jeito, um igual a tantos.
Tantos que sofrem, ninguém mais sorri.

Estão todos iguais, tentando desesperadamente se destacar pela diferença, sem saber, lutando pra ser só mais um.

Não amam mais, agora todos sofrem por amor, se lamentam, se martirizam, se matam por ele e todos sofrem demais, uma dor que ninguém é capaz de compreender, que ninguém sente igual, a nossa dor é sempre maior.

Sinceramente, sinto saudade do piegas, do romance clichê, declarações melosas. Mas hoje, só há dor, essa é a última moda, a dor se tornou cool, e a autenticidade (é, estou de volta à essa questão) da personalidade humana e a espontaneidade dos sentimentos que deveria ser essencial, se perde em meio à toda necessidade de ser mais que alguém, sendo só mais alguém.


Sobre a foto: Sobre as cartas de amor, que já não existem mais.